Segundo o empresário Aldo Vendramin, a crescente preocupação com a sustentabilidade e o acesso à comida saudável nas cidades tem colocado em destaque a segurança alimentar como uma das prioridades das políticas públicas e das ações comunitárias. Nesse cenário, os viveiros urbanos surgem como importantes aliados, promovendo o cultivo de alimentos frescos e a valorização da produção local. A palavra-chave segurança alimentar resume o impacto positivo dessas iniciativas, que vão desde a redução da dependência de cadeias produtivas longas até o fortalecimento da autonomia das comunidades urbanas.
A seguir, entenda como essas iniciativas funcionam na prática, quais os seus impactos na sociedade e de que maneira podem contribuir para uma cidade mais saudável, justa e resiliente.
Como os viveiros urbanos contribuem para a segurança alimentar das comunidades?
A segurança alimentar está diretamente relacionada ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e sem comprometer outras necessidades básicas. Os viveiros urbanos atuam como um elo importante nesse processo ao oferecer alimentos frescos, cultivados localmente e sem o uso excessivo de agrotóxicos. Ao reduzir a dependência de grandes cadeias de distribuição, essas estruturas fortalecem a resiliência alimentar das cidades, sobretudo em tempos de crise econômica ou escassez.

Além disso, os viveiros urbanos possibilitam que comunidades em situação de vulnerabilidade social tenham acesso a alimentos saudáveis por meio de programas de distribuição ou venda a preços populares. Como destaca Aldo Vendramin, essa democratização do alimento combate diretamente a insegurança alimentar, oferecendo alternativas viáveis para famílias que enfrentam dificuldades para manter uma dieta equilibrada. Em muitos casos, os próprios moradores participam do plantio, criando vínculos com a produção e aprendendo sobre técnicas sustentáveis.
Quais os impactos sociais e ambientais dos viveiros urbanos nas cidades?
Os viveiros urbanos transformam espaços ociosos ou degradados em áreas produtivas, contribuindo para o embelezamento e a revitalização das cidades. Essa ocupação qualificada dos territórios urbanos promove melhorias ambientais importantes, como o aumento da biodiversidade local, a redução das ilhas de calor e o reaproveitamento de resíduos orgânicos por meio da compostagem. Além disso, muitos viveiros incorporam técnicas de agroecologia, favorecendo um modelo de produção menos agressivo ao meio ambiente.
Do ponto de vista social, os viveiros urbanos funcionam como espaços de convivência, aprendizado e inclusão. Eles incentivam o trabalho coletivo, fortalecem laços comunitários e criam oportunidades de capacitação profissional para jovens e adultos. Em vários projetos, são oferecidas oficinas de horticultura, educação ambiental e até geração de renda com a comercialização de produtos cultivados. De acordo com o fundador Aldo Vendramin, esses efeitos vão muito além da produção de alimentos: ajudam a restaurar a confiança coletiva e o senso de pertencimento.
Os viveiros também têm papel relevante na saúde pública, já que a promoção do consumo de frutas, verduras e hortaliças frescas impacta positivamente a alimentação da população urbana. A presença desses espaços próximos das residências facilita o acesso a produtos saudáveis e incentiva uma alimentação mais balanceada. Assim, além de reduzir a pressão sobre os sistemas de saúde, os viveiros urbanos contribuem para a prevenção de doenças relacionadas à má alimentação, como obesidade, diabetes e hipertensão.
Como fortalecer e expandir os viveiros urbanos no Brasil?
Para que os viveiros urbanos se multipliquem e ganhem escala, é fundamental o apoio de políticas públicas voltadas para a agricultura urbana e periurbana. Municípios podem investir em legislações que incentivem a cessão de terrenos públicos, o fornecimento de insumos e a capacitação de agricultores urbanos. Parcerias com universidades, ONGs e empresas também podem oferecer suporte técnico e financeiro, garantindo a continuidade e a eficiência dos projetos.
Conforme pontua o empresário Aldo Vendramin, a mobilização comunitária é outro fator decisivo. Quando a população se engaja desde o início do projeto, a sensação de pertencimento aumenta e o cuidado com o espaço é reforçado. Incentivar a participação cidadã por meio de assembleias, oficinas e mutirões fortalece a autonomia das comunidades, tornando os viveiros mais sustentáveis a longo prazo. Além disso, incluir escolas e centros de saúde nas atividades dos viveiros amplia seu alcance social e educativo.
Por fim, é importante investir em campanhas de comunicação que valorizem os viveiros urbanos e mostrem seus benefícios para a sociedade. Muitas vezes, a falta de visibilidade dificulta o apoio e a expansão dessas iniciativas. A divulgação de histórias de sucesso e resultados concretos pode inspirar novas ações e atrair parceiros interessados em fomentar a segurança alimentar nas cidades brasileiras.
Autor: Charles Demidov