Lidar com a perda de um ente querido é sempre um momento delicado. Porém, como ressalta Sidnei Piva de Jesus, para as crianças e adolescentes, esse processo pode ser ainda mais confuso e doloroso, já que eles estão em uma fase de desenvolvimento emocional e nem sempre sabem como expressar o que estão sentindo.
Por isso, é importante que os pais e responsáveis estejam preparados para oferecer acolhimento, escuta e explicações que façam sentido para a idade deles. Pensando nisso, em seguida, vamos abordar formas de conversar sobre o luto, acolher as emoções e oferecer ferramentas que ajudam os filhos a atravessar esse período com mais segurança.
Como falar sobre o luto com crianças e adolescentes?
Conversar sobre a morte pode parecer assustador, mas é fundamental para ajudar os filhos a compreenderem a perda, de acordo com o empresário Sidnei Piva de Jesus. Isto posto, o primeiro passo é escolher palavras simples e honestas, evitando eufemismos como “virou uma estrela” ou “foi dormir”, que podem confundir ainda mais os pequenos. Já com os adolescentes, é importante manter uma conversa aberta, permitindo que eles compartilhem o que sentem e façam perguntas.

Aliás, é normal que os pais sintam dificuldade em lidar com as próprias emoções durante o luto, mas isso não deve impedir que falem sobre o assunto com os filhos. Segundo Sidnei Piva de Jesus, mostrar tristeza é natural e pode até ajudar as crianças a entenderem que sentir dor faz parte da vida. Assim, ao compartilhar os próprios sentimentos com equilíbrio, os adultos ensinam, na prática, que é possível sofrer e, ainda assim, seguir em frente com apoio e carinho.
Atitudes que ajudam a acolher o sofrimento dos filhos
O acolhimento começa pela escuta. Muitas vezes, as crianças e os adolescentes não sabem como colocar em palavras o que estão sentindo, e por isso, o simples ato de estar presente e disponível já é um grande suporte. Portanto, evite apressar o processo de superação, pois cada um tem seu tempo para lidar com o luto, conforme frisa o empresário Sidnei Piva de Jesus. Dessa maneira, demonstrar paciência e validar os sentimentos deles é essencial para que se sintam compreendidos e seguros.
Outro ponto importante é respeitar as diferentes reações. Já que alguns podem chorar com frequência, outros se calar ou até parecer indiferentes. Nenhuma dessas reações está errada. Então, evite julgamentos e incentive expressões saudáveis, como desenhar, escrever ou conversar com alguém de confiança. Inclusive, em certos casos, buscar o apoio de um psicólogo infantil ou juvenil pode ser recomendado para um suporte mais completo.
Quais práticas podem ajudar no dia a dia?
Por fim, algumas ações práticas ajudam a trazer um pouco de leveza para os dias difíceis. Confira abaixo algumas sugestões simples que podem fazer a diferença:
- Manter uma rotina leve e estruturada: isso traz segurança e ajuda a criança ou o adolescente a se sentir mais estável.
- Criar momentos de lembrança com afeto: ver fotos, contar histórias e falar sobre quem se foi com carinho pode aliviar a saudade.
- Estimular atividades prazerosas: brincar, desenhar, praticar esportes ou ouvir músicas pode ajudar a extravasar sentimentos.
- Dar espaço para o silêncio: nem sempre a criança ou o jovem vai querer falar, e tudo bem. O importante é estar ali.
- Mostrar que não estão sozinhos: reforce sempre que a família está unida e pronta para enfrentar esse momento juntos.
Essas atitudes, quando aplicadas com amor e constância, ajudam a tornar o processo de luto mais leve e compreensível para os filhos.
Preparar é cuidar com empatia e presença
Em última análise, preparar os filhos para lidar com perdas na família é uma forma de protegê-los com acolhimento e empatia. Desse modo, falar sobre a morte com sensibilidade, acolher o sofrimento sem pressa e incluir práticas diárias que tragam conforto são caminhos importantes para ajudar crianças e adolescentes a enfrentar esse desafio com mais segurança. Assim sendo, o amor, a escuta e a presença dos pais são os maiores recursos que eles podem ter nesse momento tão delicado.
Autor: Charles Demidov