O Dr. Leonardo Manzan comenta que a inteligência artificial generativa vem transformando diversos setores da economia, e no campo jurídico não poderia ser diferente. A aplicação dessa tecnologia no direito tributário tem potencial para aumentar a eficiência, reduzir falhas operacionais e otimizar a análise de dados complexos. Entretanto, sua incorporação também levanta desafios éticos, regulatórios e de responsabilidade, que precisam ser cuidadosamente avaliados.
Leonardo Manzan e a inteligência artificial generativa no contexto tributário
Segundo Leonardo Manzan, a utilização de sistemas de inteligência artificial generativa pode aprimorar a forma como empresas e autoridades fiscais lidam com obrigações tributárias. Essa tecnologia possibilita o cruzamento de informações em grande escala, permitindo identificar inconsistências e riscos antes mesmo de uma autuação. Além disso, auxilia na elaboração de relatórios e pareceres jurídicos, otimizando o tempo de trabalho de profissionais especializados.
Contudo, a implementação de tais sistemas demanda atenção a aspectos regulatórios. Questões como a responsabilidade por erros gerados pela máquina e a proteção de dados sensíveis precisam ser discutidas de forma aprofundada. O uso indiscriminado da tecnologia, sem uma base normativa sólida, pode gerar insegurança e até novos tipos de litígios.

Compreendendo os riscos e benefícios
De acordo com Leonardo Manzan, os benefícios do uso da inteligência artificial generativa são evidentes, mas é necessário cautela na sua aplicação. Entre as vantagens, destacam-se a agilidade na análise de dados fiscais, a precisão na interpretação de normas complexas e a automatização de tarefas repetitivas. Essas ferramentas podem liberar profissionais para atividades estratégicas e de maior valor agregado.
Por outro lado, a ausência de regulação clara sobre o uso da inteligência artificial no campo tributário levanta preocupações. Se não houver diretrizes adequadas, existe o risco de decisões automatizadas se sobreporem ao julgamento humano, criando distorções e problemas de legitimidade. Esse equilíbrio entre inovação e responsabilidade deve estar no centro do debate.
Governança, ética e segurança jurídica
O Prof. Leonardo Manzan frisa que a integração da inteligência artificial generativa ao direito tributário precisa ser acompanhada de mecanismos de governança robustos. A definição de limites claros para a utilização da tecnologia, a fiscalização de algoritmos e a preservação da transparência são elementos essenciais para garantir a segurança jurídica.
Ademais, os princípios éticos que orientam a atuação profissional não podem ser negligenciados. O respeito à privacidade, a proteção de dados e a imparcialidade na tomada de decisões devem ser preservados em qualquer modelo de uso de inteligência artificial. Somente assim será possível construir um ambiente regulatório confiável e equilibrado.
Perspectivas futuras para o direito tributário digital
Segundo Leonardo Manzan, a tendência é que a inteligência artificial generativa esteja cada vez mais presente na rotina do direito tributário, seja na prevenção de litígios, na elaboração de estratégias de planejamento ou no auxílio a órgãos fiscalizadores. A digitalização dos processos fiscais já é uma realidade, e a incorporação de novas ferramentas tecnológicas deve acelerar esse movimento.
O desafio será adaptar a legislação brasileira para acompanhar essa transformação. Sem um arcabouço jurídico atualizado, o país corre o risco de enfrentar um aumento de disputas judiciais relacionadas ao uso da tecnologia. Por isso, a modernização normativa é indispensável para que os benefícios sejam plenamente aproveitados.
Tecnologia e tributação em sintonia
Leonardo Manzan ressalta que a intersecção entre inteligência artificial generativa e direito tributário não deve ser vista como ameaça, mas como oportunidade. Quando bem regulada e aplicada com responsabilidade, essa tecnologia pode simplificar procedimentos, reduzir custos e fortalecer a relação entre contribuintes e o Estado.
O futuro do direito tributário dependerá da capacidade de equilibrar inovação e segurança jurídica. Nesse sentido, a inteligência artificial generativa se apresenta como ferramenta promissora para transformar a prática tributária, trazendo mais eficiência e previsibilidade para o sistema fiscal brasileiro.
Autor: Charles Demidov