A Polícia Civil realiza na tarde desta quarta-feira (15) uma reconstituição 3D do atropelamento que causou a morte de um artista plástico em BH. Fabrício Bruno da Cruz Almeida, 38, andava de bicicleta na região central da capital mineira quando foi atropelado por um ônibus no dia 12 de abril. Ele chegou a ser internado no Hospital João XXIII, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no dia seguinte.
O registro policial aponta que o motorista do ônibus de 48 anos informou que seguia pela rua Guarani, atravessando a Carijós, quando o ciclista surgiu de repente. Ele alega que Fabrício estava em alta velocidade e saiu de trás de um caminhão de lixo que estava estacionado. Em seguida, o ciclista teria batido no coletivo e caído embaixo do veículo.
No dia do acidente, houve uma descaracterização do local para socorrer a vítima e, por isso, não houve perícia. Então para ter uma ideia mais aprofundada da dinâmica do acidente, a polícia usa o Laser Scanner 3D. O equipamento conta com laser, câmeras e sensores específicos para mapear ambientes complexos.
De acordo com a delegada responsável pelo caso, Renata de Oliveira Lima, as informações geradas por este equipamento vão ser fundamentais para o andamento do inquérito. O prazo é de que haja uma conclusão inicial em até 30 dias a partir de hoje (15).
“Nós vamos reconstruir o mais próximo possível da realidade no momento em que aconteceu o atropelamento para que a gente possa ter a noção completa e concluir as investigações com maior fidelidade”, disse.
Renata ainda explica que, com o uso dessa tecnologia, não há a necessidade de incluir elementos físicos, como um ônibus ou uma bicicleta para simular o acidente.
“Isso fica superado. Porque o equipamento vai colocar, com base nas informações que ele captar da topografia do local e com informações que ele inserir com a técnica específica do software, ele vai reconstruir isso permitindo que a gente tenha uma visual tridimensional”.
Polícia usa tecnologia pela 1ª vez em crimes de trânsito
Esta é a primeira vez que a tecnologia é usada, em Minas Gerais, para crimes de trânsito. A reconstituição 3D já é utilizada em homicídios. Mas ainda segundo a delegada, recentemente o equipamento esteve presente em um caso que chamou a atenção do Brasil.
“Esse equipamento já foi utilizado em um crime de trânsito, em São Paulo, em um caso recente envolvendo um empresário e um veículo Porsche. Então nós solicitamos a utilização da perícia neste local”.
Renata Oliveira ainda explica que a tecnologia está prevista para ser usada apenas em crimes contra a vida. Por isso, essa é a primeira vez que a ferramenta é envolvida em um acidente de trânsito.
“Nós temos inúmeros acidentes fatais por semana em Belo Horizonte, acidente com vítimas graves. Não é possível que a gente compareça a todos os locais com a celeridade que a gente gostaria de comparecer”.