Cientistas da Universidade de Tecnologia de Kaunas (KTU), na Lituânia, desenvolveram uma nova tecnologia que promete revolucionar a geração de energia solar, especialmente em ambientes com pouca luz. A inovação envolve a síntese de materiais avançados que aumentam a eficiência das células fotovoltaicas, permitindo que funcionem eficazmente mesmo em condições de baixa luminosidade.
Os painéis solares tradicionais são geralmente feitos de silício, um material amplamente utilizado em dispositivos eletrônicos. No entanto, a pesquisa atual está focada na utilização de perovskita, um mineral que pode ser mais barato e igualmente eficiente. A combinação de perovskita com novos materiais sintetizados pelos cientistas da KTU pode aumentar significativamente a eficiência das células solares.
Um exemplo prático dessa tecnologia é o controle remoto SolarCell da Samsung, que pode ser recarregado com luz ambiente. Dr. Asta Dabulienė, pesquisadora sênior do grupo de Química de Materiais na KTU, explica que as células fotovoltaicas de perovskita podem ser integradas em diversos dispositivos eletrônicos, como celulares e lanternas, gerando eletricidade a partir de luz artificial.
A pesquisa da KTU também destaca o uso de um derivado de tiazolo[5,4-d]tiazol, que permite o transporte seletivo de partículas, melhorando a eficiência das células solares. Esse semicondutor orgânico alcançou uma eficiência de conversão de energia de 37% sob iluminação LED, demonstrando seu potencial para aumentar a eficiência energética das células solares de perovskita.
Juozas Vidas Gražulevičius, professor da Faculdade de Tecnologia Química na KTU, ressalta que a energia solar é uma alternativa flexível, eficiente e barata em comparação com outras fontes de energia renovável, como a eólica e a hídrica, que são limitadas por altos custos e dependência de localização.
O Brasil, com sua alta capacidade de geração de energia solar fotovoltaica, se destaca no cenário global. Em 2023, o país produziu 37,4 gigawatts de energia elétrica através de geração distribuída e centralizada, posicionando-se como um dos líderes mundiais no setor.
A nova tecnologia desenvolvida pela KTU tem o potencial de popularizar ainda mais a energia solar, tornando-a uma opção viável mesmo em regiões com pouca luz solar. Isso pode contribuir significativamente para a sustentabilidade e a redução das emissões de carbono, alinhando-se com as metas globais de transição para uma matriz energética mais verde.
Com esses avanços, a energia solar se consolida como uma peça fundamental na busca por um futuro sustentável, oferecendo soluções inovadoras para os desafios energéticos atuais. A pesquisa contínua e o desenvolvimento de novas tecnologias são essenciais para transformar essas promissoras tendências em realidades concretas.