Embora o avanço tecnológico seja uma realidade no Brasil, uma pesquisa recente do IBGE revela um cenário diversificado no uso de tecnologias nos domicílios brasileiros. Enquanto algumas inovações se popularizam rapidamente, certas tecnologias mais antigas ainda persistem em parcela significativa dos lares.
O telefone celular se destaca como o dispositivo mais presente, encontrado em 96,7% das residências em 2023. Este número vem crescendo consistentemente desde 2016, quando já atingia 93,1% dos domicílios. Em contraste, o telefone fixo, outrora comum, agora está presente em apenas 9,5% das casas, uma queda acentuada em relação aos 32,9% registrados em 2016.
A televisão, embora ainda muito presente, vem passando por uma transição. Em 2023, 7,2% dos lares com TV ainda utilizavam apenas aparelhos de tubo, totalizando 5,2 milhões de domicílios. Este número representa uma redução significativa comparado a 2016, quando quase um terço das casas (32,9%) possuía apenas esse tipo de televisor.
O acesso à internet tem se expandido rapidamente. Em 2023, 92,5% dos domicílios brasileiros tinham conexão à internet, um aumento de 21,6 pontos percentuais desde 2016. Entretanto, 7,5% das residências ainda permanecem sem acesso à rede mundial de computadores.
Analisando o uso individual da internet, 88% das pessoas com 10 anos ou mais utilizaram a rede em 2023, um crescimento em relação aos 87,2% de 2022 e um salto considerável desde os 66,1% registrados em 2016.
Apesar desse crescimento, uma parcela significativa da população ainda permanece desconectada. Em 2023, 12% dos brasileiros com 10 anos ou mais não haviam utilizado a internet nos três meses anteriores à pesquisa, o que representa aproximadamente 22,3 milhões de pessoas.
O perfil dos não usuários de internet é marcado por características específicas: três quartos (75,5%) são indivíduos sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, e mais da metade (51,6%) são idosos com 60 anos ou mais.
Estes dados revelam um Brasil em transição tecnológica, onde coexistem realidades distintas. Enquanto a maioria da população abraça as novas tecnologias, uma parcela significativa ainda mantém hábitos e equipamentos mais tradicionais, refletindo as desigualdades socioeconômicas e educacionais do país.