A evolução tecnológica tem força para modificar vidas, mercados e hábitos de modo permanente. No século passado existiram ocupações que eram essenciais no dia‑a‑dia das pessoas, nas empresas, no governo. Com a chegada de máquinas, computadores e automação, algumas dessas profissações perderam seu espaço. Hoje refletir sobre elas ajuda a entender não apenas o que foi perdido, mas como a inovação redefine o valor do trabalho.
Um exemplo surpreendente é a função daquelas pessoas que faziam cálculos complexos inteiramente à mão. Essa tarefa consumia tempo e exigia precisão extrema. Quando chegaram os computadores eletrônicos, processos antes demorados passaram a ser feitos muito mais rápido, sem os erros humanos, e essas posições foram deixadas para trás. A necessidade de quem manuseava tubos, papéis, lápis e réguas deu lugar a chips, hardware e software.
A digitação profissional tornou‑se outra função que desapareceu quase por completo. No passado existiam datilógrafos cuja especialidade era escrever textos corretos e bem formatados, alinhados, com o mínimo de falhas. O advento de computadores pessoais, editores de texto e corretores automáticos fez com que essa atividade fosse resignada. Em pouco tempo, muitos ambientes de trabalho simplesmente incorporaram essas tarefas aos rotina de qualquer profissional que precisasse escrever.
Também deixaram de existir pessoas dedicadas a acionar elevadores manualmente, operar centrais telefônicas com plugues físicos ou conectar chamadas por fios e painéis antigos. Tudo isso era comum em prédios, grandes empresas e centros urbanos. A automatização, a telefonia digital, sistemas eletrônicos tornaram essas funções ultrapassadas. Embora em alguns lugares muito tradicionais ainda haja uma memória afetiva desse passado, o que antes era indispensável agora é histórico.
O tempo e as mudanças tecnológicas afetaram também aqueles que lidavam com atendimento bancário ou transações presenciais frequentes. Serviços bancários migraram para caixas eletrônicos, aplicativos, internet banking. A necessidade de se deslocar até uma agência para muitas tarefas foi reduzida drasticamente. Do mesmo modo, agentes de viagem, que antes intermediaram roteiros, passagens, reservas, perderam protagonismo frente à força dos sites, comparadores de preços e reservas online.
A indústria repetitiva — aquela baseada em montar, mover, embalar mercadorias, fazer tarefas que se repetem muito — também sofreu grande transformação. Máquinas, robôs industriais e automação de fábrica absorveram muitas dessas funções. O trabalhador que fazia montagem em série viu a máquina assumir responsabilidades de precisão, rapidez e constância, com menos erros e custos.
Caixas de supermercado são outro retrato dessa mudança. Com sistemas automáticos de leitura ou leitores de código de barras, autoatendimento, pagamento por cartão ou por meio digital, há espaços em que as pessoas já não precisam mais operar uma registradora manualmente. Essas mudanças foram graduais, mas cumulativas, até tornar muitas posições redundantes.
Por fim, observar essas profissões antigas ensina que o trabalho humano deve reinventar‑se constantemente. O que existia, cumpria um propósito, mas frente à inovação perde esse propósito ou se transforma. O passado dessas profissões nos chama a perceber que resistir à mudança custa muito mais do que adaptar‑se. Para quem pensa em profissões hoje, é um alerta: acompanhar tecnologia, buscar aprendizado e antecipar tendências são atitudes que garantem relevância no presente e no futuro.
Autor: Charles Demidov